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Em 2023, o governo federal arrecadou R$ 2,318 trilhões, marcando o segundo melhor resultado na série histórica dos dados. No entanto, parte importante desse valor é de impostos pagos indevidamente.
De acordo com um estudo conduzido pela startup Revizia, as empresas brasileiras deixaram de recuperar mais de R$ 50 bilhões em impostos que não deveriam ter sido cobrados, somente no último ano.
Em média, uma empresa com faturamento superior a R$ 10 milhões perde cerca de R$ 251.928,23 anualmente devido a essa questão.
O levantamento, realizado com 3.615 organizações da base de dados da Revizia, revelou que o Brasil conta com aproximadamente 199.949 empresas desse porte, o que eleva a perda anual com impostos indevidos a R$ 50,37 bilhões.
Esses números indicam que os cofres públicos receberam quase R$ 252 bilhões a mais nos últimos 5 anos do que deveriam.
"O sistema tributário brasileiro é bastante complexo, levando as empresas a pagarem mais impostos do que realmente devem, seja por desconhecimento, falta de organização dos documentos ou simplesmente para evitarem riscos de autuação pelo fisco", explica o CEO da Revizia, Vitor Santos.
Os impostos indiretos, como o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Programa de Integração Social (PIS) /Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) , devido à sua complexidade, figuram como os principais tributos da lista de encargos recuperáveis.
Em 2023, a Revizia conseguiu recuperar R$ 325 milhões de impostos pagos indevidamente, representando um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Para 2024, a projeção é atingir R$ 500 milhões, um aumento de 53,85%.
O expressivo crescimento na recuperação de impostos em 2023 está relacionado à promulgação da Reforma Tributária, ocorrida no final do mesmo ano.
Esse processo acelerou a busca das empresas por um diagnóstico de sua situação tributária, correções necessárias para evitar problemas e identificação de oportunidades para recuperar recursos financeiros perdidos com tributos cobrados indevidamente.
Especialistas acreditam que a norma terá um impacto significativo no cenário tributário nacional nos próximos anos, até que a reforma entre em vigor integralmente, em 2033.
Isso porque, durante o período de transição, haverá a coexistência de dois sistemas tributários, exigindo das empresas um cuidado maior no planejamento tributário para evitar dúvidas e a possibilidade de maior judicialização.
Além disso, a recuperação de créditos tributários também se torna uma boa oportunidade para as empresas que querem gerar caixa e buscar recursos.
Fonte: Contábeis
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